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27/12/2021
Corpo

Os benefícios da vitamina D para a saúde

Essencial para os ossos, a vitamina D pode ser produzida pelo corpo ao nos expormos à luz do sol. Suplementação é necessária quando o nível da vitamina está insuficiente.

Patrícia Resende
duas mulheres tomando sol na praia

Estudo publicado pela revista científica Nature aponta que 7,5 milhões de brasileiros, acima dos 50 anos, apresentam insuficiência de vitamina D.


No mundo, o número de pessoas com deficiência dessa vitamina chega a 1 bilhão, segundo pesquisa sobre o tema


As cifras evidenciam a necessidade de maior conscientização sobre a importância da vitamina D para a saúde. 


Muita gente não sabe, por exemplo, que ela pode ser produzida pelo próprio organismo ou que é fundamental para a saúde dos ossos. 


Para que você possa ficar por dentro das características e funções da vitamina D, reunimos as principais informações científicas sobre o tema. 


Para que serve a vitamina D?


A vitamina D é uma vitamina lipossolúvel (solúvel em gordura) usada pelo corpo para o desenvolvimento e a manutenção dos ossos. 


Ela promove a absorção de cálcio no intestino e mantém as concentrações séricas de cálcio e fosfato adequadas para a mineralização óssea e prevenção da tetania hipocalcêmica (contração involuntária dos músculos, que causam cãibras e espasmos). Esses nutrientes também ajudam a manter os dentes saudáveis


Sem vitamina D suficiente, os ossos podem se tornar finos, quebradiços ou deformados. Também ajuda a proteger os adultos mais velhos da osteoporose.


A vitamina D tem outras funções no corpo, incluindo redução de inflamações, modulação de processos como o crescimento celular, além de atuar nos sistemas neuromuscular e imunológico e no metabolismo da glicose.


Produção de vitamina D pela pele


Também conhecida como a “vitamina do sol”, a vitamina D é produzida pelo corpo humano  quando a pele é exposta à luz solar. 


Os raios ultravioleta B (UVB) atingem o colesterol nas células da pele, fornecendo a energia para que a síntese de vitamina D ocorra. 


Cientistas estimaram que expor diariamente 35% da superfície da pele ao sol, durante 13 minutos, perto do meio-dia, seria suficiente para atingir níveis satisfatórios de vitamina D no corpo. 


Estudos realizados na Índia e na Arábia Saudita  apontaram o período entre 11h e 14h como o mais favorável para a produção de vitamina D pelo corpo. 


Mas em países situados em altas latitudes, pode ser necessário um tempo maior de exposição ao sol.


A médica dermatologista Fabia Schalch, da comunidade de saúde da Alice, destaca que a fotoproteção é sempre recomendada quando a pele fica em contato com os raios solares. 


“Pessoas que não têm deficiência de vitamina D e desejam fazer um banho de sol diário para manter os níveis devem utilizar filtro solar”, afirma.  


Pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia constatou que a síntese de vitamina D não é comprometida pelo uso de protetor solar. 


A fotoproteção ajuda a evitar queimaduras e a prevenir o câncer de pele.


 

Alimentos com vitamina D



Entre 10 e 20% da quantidade de vitamina D necessária ao organismo provêm da alimentação. 


As melhores fontes são a carne de peixes gordurosos e os óleos de fígado de peixes. 


Quantidades menores são encontradas em gemas de ovo, queijo e fígado de boi. 


Certos cogumelos contêm vitamina D em menor concentração. 


Além disso, muitos produtos são enriquecidos com vitamina D, como laticínios e cereais.



Deficiência de vitamina D e suplementação



A quantidade de vitamina D de cada indivíduo é medida por meio de exames, conforme a necessidade de cada pessoa. Os níveis recomendados variam conforme a idade e geralmente são calculados em U.I. (unidades internacionais).


Como nem todas as pessoas conseguem se expor ao sol diariamente pelo período e horários adequados, muitas vezes pode ser necessário suplementar a vitamina D. 

  

“Os estudos dizem que a gente precisaria de 20 a 30 minutos de exposição durante o sol forte, não é aquele solzinho da manhã. O que a gente orienta, para quem precisa aumentar os níveis de vitamina D, é que esse não é o melhor jeito. Quem está insuficiente, precisa suplementar”, afirma a dermatologista Fabia Schalch.


A quantidade de vitamina D a ser suplementada deve ser prescrita por um médico. 


A automedicação, com ingestão de doses exageradas, pode promover aumento da reabsorção óssea e do risco de quedas e fraturas. 


Além disso, doses excessivas podem causar insuficiência renal, crises convulsivas e até a morte. 


Para os idosos, o acompanhamento médico é fundamental.  


“Com a idade, a nossa pele afina. O metabolismo da pele já não é mais o mesmo. Então, para a população que já tem níveis baixos de vitamina D, é uma ilusão achar que ela será produzida apenas com a exposição ao sol. Principalmente os idosos, se estiverem com vitamina D baixa, precisam suplementar via oral”, afirma a médica dermatologista. 


Vitamina D e imunidade


A Ciência já comprovou que a deficiência de vitamina D é prevalente em doenças autoimunes, como diabetes tipo 1 e esclerose múltipla, e doenças reumatológicas, como o lúpus e a artrite reumatoide


Diversos estudos, entretanto, ainda investigam o papel da vitamina D na imunidade. 


Cientistas descobriram, por exemplo, a presença do receptor da vitamina D em quase todas as células do sistema imunológico, segundo artigo científico publicado em 2020


Outra análise sugere que a vitamina D é um fator-chave para ligar a imunidade inata à imunidade adaptativa. 


Também já foi constatado que as células do sistema imunológico são capazes de sintetizar e responder à vitamina D, mas os pesquisadores ainda buscam entender os mecanismos dessa associação. 


De acordo com a Escola de Saúde Pública de Harvard, os ensaios clínicos que fornecem suplementos de vitamina D às pessoas para afetar uma doença específica ainda são inconclusivos.


Como ainda não há indicação científica aprovada para prescrição de suplementação de vitamina D visando efeitos além da saúde óssea, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia emitiu recentemente nota de esclarecimento, em que repudia a prescrição de altas doses de vitamina D como estratégia de imunidade frente à covid-19.


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