A CoronaVac, vacina do laboratório chinês Sinovac Biotech, é produzida no Brasil pelo Instituto Butantan, de São Paulo, e é feita a partir do vírus inativado. Essa tecnologia molecular é a mesma utilizada em outras vacinas, como a da gripe, a da poliomielite e da hepatite.
O vírus é cultivado e multiplicado numa cultura de células e depois passa por um processo de inativação por meio do calor ou de produtos químicos. Ao receber a vacina, o organismo entra em contato com as partes “mortas” ou inativadas do vírus. Essas partes são incapazes de provocar a doença; apenas são utilizadas para o reconhecimento do nosso sistema imunológico, que começa a gerar os anticorpos necessários para combater o coronavírus.
As células, ao encontrarem as partes inativadas do vírus, ativam os linfócitos, responsáveis pela produção de anticorpos, que se ligam às partes do vírus e impedem a sua multiplicação e infecção de outras células humanas.
A produção de anticorpos começa a partir do momento que a vacina é aplicada, mas demanda um tempo até que o organismo fique protegido da doença. Por isso, é importante manter os cuidados e a higiene mesmo após a aplicação da CoronaVac como forma de redução de chances de infecção.
Outro aspecto fundamental é a necessidade da dose de reforço, ou seja, da segunda dose da vacina, que é responsável por ajustar a quantidade de anticorpos necessárias para uma resposta imune eficiente em relação à doença. De acordo com os testes clínicos, o intervalo entre a primeira e a segunda dose deve ser de 14 a 28 dias.
Eficácia, testes e efeitos adverso
A eficácia geral da CoronaVac é 50,38%, ou seja, os vacinados têm 50,38% menos risco de adoecer. Ainda, olhando para os resultados dos testes de forma mais detalhada, a vacina mostrou-se eficiente em 100% dos casos moderados e 78% eficaz nos casos leves de covid-19. Em resumo, a aplicação das duas doses da vacina protege das variações graves e da internação em decorrência da doença.
No Brasil, a vacina foi testada em mais de 12 mil voluntários entre 18 e 59 anos e não apresentou efeitos colaterais graves. Apenas 35% dos voluntários apresentaram algum tipo de reação adversa leve, como dor no local e febre baixa.
Estudos sobre o imunizante
CoronaVac e crianças: Um estudo publicado pela revista acadêmica The Lancet, realizado na China, demonstrou que o imunizante é seguro e produz resposta imune em crianças a partir dos três anos de idade. O estudo está em andamento, na terceira fase dos testes clínicos, e avaliou os dados de mais de 500 voluntários.
CoronaVac e efetividade em idosos no Brasil: Uma pesquisa preliminar realizada pelo grupo Vaccine Effectiveness in Brazil Against COVID-19 (Vebra Covid-19) apontou que a efetividade da CoronaVac contra a covid-19 possui variações e diminui com a idade. Na faixa etária de idosos, entre 70 e 80 anos, o imunizante não apresenta proteção com apenas uma dose. Após a segunda dose, a vacina previne, em média, 42% dos casos sintomáticos leves e moderados após 14 dias da aplicação. Entre pessoas de 70 a 74 anos, a efetividade foi de 61,8%; e na faixa etária de 75 a 79 anos foi de 49%. Para idosos acima de 80 anos, a efetividade foi de 28%.
O estudo analisou os dados de 15.900 pessoas em São Paulo, com idade média de 76 anos, que estavam com suspeita ou diagnosticadas com covid-19. O teste ainda não foi revisado por outros cientistas nem publicado em uma revista científica. O grupo de pesquisadores continua analisando a efetividade do imunizante em um segundo estudo, que deve avaliar a capacidade da vacina em evitar hospitalizações e óbitos por covid-19 entre idosos.
CoronaVac e efetividade no Chile: Estudo realizado com 10,5 milhões de pessoas acima de 16 anos no Chile apontou que a CoronaVac tem a efetividade de 65% contra casos sintomáticos leves, previne 87% das hospitalizações, além de 90% das entradas em UTIs e 87% dos óbitos.
CoronaVac e efetividade na Indonésia: Pesquisa realizada com profissionais da saúde na Indonésia apontou que a CoronaVac apresentou uma taxa de efetividade de 98% contra mortes e de 96% contra hospitalizações por covid-19.