A vacina criada pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, em parceria com o grupo farmacêutico AstraZeneca, é produzida e distribuída no Brasil pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O acordo assinado entre as instituições garante à Fiocruz o acesso a milhões de doses do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), o “coração” da vacina, e permite a transferência da tecnologia para que o imunizante seja produzido nacionalmente.
O imunizante usa uma tecnologia conhecida como vetor viral não replicante a partir de um vírus modificado e enfraquecido, como um adenovírus (responsável pelo resfriado comum). O adenovírus é modificado por meio de engenharia genética e se torna incapaz de se multiplicar.
Ele também passa a carregar o material genético do SARS-CoV-2 e se torna capaz de produzir uma proteína característica, chamada de espícula, ou “spike”. Essa proteína é responsável por auxiliar que o vírus entre nas células humanas e cause a doença. Ao receber a vacina, o corpo humano reconhece o adenovírus e passa a produzir uma resposta imune contra toda célula que carregue a proteína spike.
O esquema vacinal completo é composto por duas doses da vacina. A segunda dose deve ser administrada 12 semanas após a primeira.
Astrazeneca - Eficácia, testes e efeitos adverso:
A vacina britânica tem 79% de eficácia para prevenir os casos sintomáticos da covid-19. Segundo a farmacêutica, o imunizante é 100% eficaz contra os casos graves da doença após as duas doses.
Estudos sobre o imunizante:
Eficácia aumentada com terceira dose: Estudo publicado na revista Nature, desenvolvido pela universidade de Oxford, aponta para uma resposta imune ainda maior caso seja aplicada a terceira dose do imunizante da AstraZeneca. De acordo com os dados, uma nova dose aplicada seis meses após a segunda dose pode aumentar em até seis vezes a imunização.
Os resultados abarcam um estudo clínico preliminar realizado com 120 voluntários, na faixa etária de 55 anos. Os dados ainda serão analisados por pares e, segundo os pesquisadores, não indicam necessidade imediata de nova imunização para quem já recebeu as duas doses da vacina.
Vacina e trombose: A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) investiga uma possível ligação entre o uso do imunizante da AstraZeneca e a formação de coágulos sanguíneos. De acordo com a agência, a formação de coágulos deve ser entendida como um efeito muito raro da vacina. Estudo publicado na revista acadêmica BMJ aponta que, no Reino Unido, a vacina da AstraZeneca está ligada a uma probabilidade de um episódio trombogênico a cada 250 mil pessoas vacinadas.
No Brasil, já foram aplicadas 5,62 milhões de doses da vacina de Oxford. Os dados do e-Sus notificam 0,89 potenciais casos de trombose a cada 100 mil doses da vacina. De acordo com o Ministério da Saúde, os casos são investigados e não podem ser relacionados diretamente ao imunizante, uma vez que as evidências de correlação direta ainda são escassas, e o processo da resposta imunológica é individual.
A orientação da pasta é a de que os profissionais de saúde mantenham-se atentos aos sintomas relatados pelos pacientes. Também é indicado que as pessoas que já fizeram uso de anticoagulante ou tenham histórico de trombose consultem os seus profissionais de saúde de confiança para eventuais dúvidas em relação à vacina.