Com a chegada dos feriados festivos de Natal e Ano Novo, é normal o desejo de reencontrar amigos e familiares para celebrar o fechamento de mais um ciclo.
No entanto, o contexto atual da pandemia de covid-19 ainda pede que sejam tomadas medidas de proteção, como usar máscaras e evitar aglomerações.
Além disso, o país vive um momento em que há o aumento dos casos de gripe, provocados pela variante H3N2, do vírus influenza A.
Com ajuda da médica Maria Luisa Moura, infectologista da comunidade de saúde da Alice, preparamos este tira-dúvidas sobre como reconhecer as diferenças entre os sintomas da gripe e da covid-19, assim como entender as melhores práticas de cuidado com a saúde nos encontros de fim de ano.
Veja as principais dúvidas a seguir:
Como saber a diferença entre os sintomas da gripe e da covid-19?
As manifestações de sintomas tanto da gripe quando da covid-19 podem ser similares em alguns aspectos, mas há diferenças importantes às quais você pode ficar atento.
Entre os sintomas, ambas doenças podem causar problemas respiratórios, febre, tosse e espirros, por exemplo. A grande diferença está relacionada à intensidade desses sintomas.
No caso da covid-19, os sintomas se apresentam de forma gradual, podendo ter uma piora no quadro a partir do quinto ou sexto dia da infecção.
Já no caso da gripe, os sintomas aparecem de forma imediata e se tornam mais intensos nas primeiras 48 horas da doença. E logo terminam.
Ainda, há algumas diferenças sensíveis. No caso da covid-19, por exemplo, a perda do olfato e do paladar é algo característico da doença. E, em casos mais agudos, também pode ocorrer o comprometimento circulatório e de trombose no corpo humano.
Como tratar a gripe provocada pela variante H3N2?
Assim como no caso da covid-19, o descanso e o repouso, aliados ao tratamento específico para as dores e febre indicados pelo seu Time de Saúde, vão auxiliar no tratamento dos sintomas da gripe.
Além disso, a imunização realizada por meio da vacina de gripe é essencial para prevenir novos episódios de desconforto.
E o que já sabemos sobre a ômicron? A variante do coronavírus já possui dados robustos sobre grau de transmissão e letalidade?
A variante ômicron foi identificada na África do Sul no final de novembro. A nova variante do coronavírus chamou a atenção dos cientistas devido às suas mutações.
Classificada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como uma “variante de preocupação”, a ômicron apresenta 32 mutações na proteína S, que é a chave que o vírus usa para acessar as células humanas e também a base para a formulação de grande parte das vacinas utilizadas hoje, como as vacinas de RNA mensageiro (Pfizer/Moderna) e as de adenovírus (Jansen/AstraZeneca).
A ômicron já foi identificada em mais de 18 países, inclusive no Brasil. Dados de estudos preliminares sugerem que essa variante é mais transmissível que a variante Delta - atualmente, a variante predominante na maioria dos países.
Os dados sobre letalidade da ômicron ainda são incertos, mas os resultados iniciais da África do Sul sugerem que a variante não está associada à maior gravidade da covid-19.
No entanto, mais estudos são necessários para avaliar tanto sua transmissibilidade quanto gravidade.
Como ocorre um processo de mutação de um vírus? As novas variantes necessariamente vão se tornar mais perigosas que o vírus original da covid-19?
Os vírus sofrem processos de mutação sempre que se replicam. Muitos desses processos levam a cópias defeituosas do material viral.
No entanto, alguns desses processos podem produzir variantes que têm alguma vantagem em relação ao coronavírus original, o que faz que tais variantes se tornem mais resistentes.
No entanto, essas vantagens não necessariamente indicam que a variante é mais perigosa. Por exemplo, uma variante pode ser mais transmissível, porém, ela pode transmitir a versão mais leve da doença.
Estou vacinado com as duas doses das vacinas contra covid-19. Posso ficar despreocupado e me encontrar com quem eu quiser?
As vacinas atuais, mesmo para a cepa selvagem do vírus, têm uma ótima eficácia contra contextos graves da covid-19.
Ou seja, as vacinas demonstram uma ótima efetividade em prevenir internações e mortes, impedindo que os sistemas de saúde fiquem sobrecarregados.
No entanto, a eficácia para evitar a forma leve da doença e até mesmo para evitar transmissão é menor, principalmente quando falamos sobre as variantes de preocupação, como a ômicron
Por isso, é necessária a dose de reforço mesmo para quem já tomou duas doses da vacina contra covid-19.
Além disso, existem pessoas na população que têm deficiências de sistema imune, o que causa a diminuição da eficácia da vacina.
Dessa forma, mesmo para os vacinados ainda são necessárias medidas de precaução contra a doença: evitar aglomerações e usar máscaras continuam sendo fundamentais.
Além do uso de máscaras e do incentivo a respeitarmos o distanciamento social, existem outras medidas de prevenção efetivas caso eu vá me reunir com familiares? Pedir que os convidados façam a testagem para a covid-19 faz sentido em encontros?
Além das medidas de distanciamento e uso de máscaras, a testagem de pessoas em uma confraternização pode ser uma estratégia adicional para evitar transmissão do vírus.
Para isso, o mais indicado é que o teste seja realizado no dia do evento.
Ainda assim, essa medida não é uma garantia completa de que não haja alguém infectado, dado que nenhum teste tem sensibilidade de 100%.
Assim, quanto menos pessoas, melhor!
Como ocorre a transmissão do coronavírus
O coronavírus é transmitido por meio de gotículas, ou seja, pequenas gotas da respiração ou saliva que são produzidas e se espalham quando uma pessoa infectada tosse, espirra ou até mesmo fala.
Essas gotículas podem ser expelidas e acabam sendo inaladas por pessoas que tenham contato próximo à pessoa contaminada.
De acordo com as evidências científicas analisadas até agora, a taxa de contaminação é mais alta quando as pessoas estão em contato umas com as outras (a cerca de dois metros entre elas).
Por isso, a prática do distanciamento social é uma ferramenta importante para a redução da transmissão do coronavírus.
Manter a distância segura entre as pessoas é importante até mesmo quando não há a presença de sintomas, uma vez que pessoas infectadas assintomáticas também podem transmitir o vírus.
Quais são os sintomas da covid-19
Os sintomas mais comuns são:
- Febre
- Tosse
- Cansaço
- Perda de paladar ou olfato
Os sintomas menos comuns são:
- Dor de garganta
- Dor de cabeça
- Tensão e dores musculares
- Diarreia
- Irritações na pele ou ocular
Os sintomas graves são:
- Dificuldade respiratória ou falta de ar
- Perda da fala ou capacidade motora
Em caso de sintomas, procure o seu Time de Saúde para avaliar seu quadro.